Resposta:
Pense, primeiramente, no mundo animal: entre os animais não há lei (exceto a lei da natureza), ou seja, não há lei civil. Se não há lei civil, não há civilização. Não havendo civilização, tampouco racionalidade humana, também não há moral entre os animais. Não havendo todos esses elementos, não há sociedade e sim comunidade primitiva. Também não há economia, noções de valores, distinção, trocas etc. Não havendo esse conjunto de elementos no mundo animal, a comunidade primitiva na qual algumas espécies vivem é regida apenas pelos instintos e pela lei de natureza. O ser humano é diferente.O ser humano desenvolveu a linguagem e o raciocínio. Com isso a vida em comunidade (as comunidades primitivas eram as famílias e os clãs) permitiu a quebra de barreiras naturais com o desenvolvimento de leis morais, de leis de convivência e da troca entre famílias. Para o antropólogo franco-belga Claude Lévi-Strauss, a troca mais antiga entre famílias que permitiu a formação de sociedades com mais de uma delas foi o casamento, pois as mais arcaicas sociedades já não consideravam o incesto como algo moralmente desejável. Com base nessa formação mais complexa, os seres humanos começaram a desenvolver novas formas de convívio, o que necessitou de uma gradativa organização para gerir a sociedade na medida em que ela fosse crescendo. Na esteira desse desenvolvimento social, veio a política; as noções de governo, de Estado, de economia, de valor, e de moeda para facilitar as trocas comerciais; e todos os elementos que constituem a formação social atual.A organização social é um complexo conjunto de fatores que constitui as sociedades em suas facetas política, econômica e moral.