A Linguagem Neutra tem o propósito de incluir todos os grupos na comunicação e apresenta propostas de alteração do idioma, como novas grafias.
Parte dos professores e gramáticos da Língua Portuguesa que discutem essa questão defendem que a variedade masculina dos pronomes e dos artigos já abrange a neutralidade.
Por exemplo, na frase “amanhã eles vão à praia bem cedo”, o pronome “eles” pode referir-se tanto a duas pessoas do gênero masculino quanto a uma pessoa do gênero masculino e outra do feminino.
Os defensores do uso da Linguagem Neutra acreditam essa forma de expressão contribui para:
- acolher, respeitar e valorizar a diversidade;
- lutar contra a intolerância de gênero e o machismo;
- identificar e visibilizar todos os gêneros, inclusive os neutros;
- não privilegiar um determinado grupo em detrimento de outros;
- causar uma reflexão sobre desigualdade de gênero em outras áreas além da língua.
- gerar reflexão sobre a desigualdade de gênero em outros âmbitos para além da linguagem.
Um dos pontos levantados por quem é contra o uso da Linguagem Neutra é que as novas grafias tornam a comunicação repetitiva e longa. Dizer “todos e todas”, por exemplo, é redundante, visto que pode-se dizer apenas “todos”.
Outro ponto que recebe críticas são as mudanças de grafia com “x” ou “@”, que dificultam a leitura. Além disso, pessoas com deficiência visual que usam programas para ler textos seriam afetadas, pois os softwares não fazem a leitura de palavras escritas dessa forma.
Embora hoje em dia o masculino cumpra a função de plural na Língua Portuguesa, nem foi sempre assim. Quando o Latim ainda era uma língua viva, existia um pronome neutro além do feminino e do masculino.
No dia 28 de outubro de 2021, a Secretaria de Cultura publicou uma portaria que proíbe a utilização de linguagem neutra em projetos financiados pela Lei Rouanet.
Além disso, concursos públicos e vestibulares, que exigem a utilização da norma culta da Língua Portuguesa, também não permitem o uso da Linguagem Neutra.